Na verdade, este não é um drama exclusivo de bicicletas, mas de qualquer sistema elétrico que dependa de baterias. Carros elétricos, celulares, câmeras, drones, notebooks, GPS’s e uma infinidade de dispositivos que fazem parte do nosso dia-a-dia.
O cuidado com as baterias é vital para que ela dure mais tempo e alguns boatos pairam no ar.
É justo dizer que a tecnologia das baterias não evoluiu muito nos últimos 30 anos, se comparada com outras tecnologias.
Como exemplo, em 1957, o primeiro HD de armazenamento de memória era do tamanho de duas geladeiras e conseguia armazenar 3,75 megabytes.
Hoje, podemos comprar com facilidade um HD de 4 terabytes que cabe dentro do seu bolso.
Fazendo uma conta rápida, estimamos que a evolução foi de aproximadamente 15 milhões por cento.
IBM 350, lançado em 1957, que custava mais de 34 mil dólares
Sistemas de armazenamento de energia, por sua vez, tiveram uma melhora de no máximo 50%, também em uma estimativa aproximada. É claro que comparar as tecnologias de armazenamento de memória com as de energia é um pouco injusto, uma vez que são assuntos de natureza diferentes.
A comparação mais justa seria com outros tipos de armazenamentos físicos. Quantos litros de água cabem em uma caixa d’água de 100 litros? Bom, a resposta é 100 litros e tudo indica que vai demorar muito para aparecer uma invenção que faça caber alguns litros a mais ali.
Não temos hoje uma tecnologia que otimize a capacidade de uma caixa d’água. As baterias conseguiram se tornar um pouco mais eficientes do que isso, mas evoluíram principalmente no seguinte fator: o tempo de recarga.
É como se aumentássemos a tubulação que vai encher uma caixa d’água, mas no caso das baterias é um pouco mais complexo.
Antigamente gastávamos 10 horas para recarregar um telefone celular, hoje é possível fazê-lo com 20 minutos.
O tempo de recarga de uma bike elétrica também caiu de 9 a 12 horas de espera para apenas 3 a 4 horas.
A porta de entrada e carregador utilizado pela marca de baterias BMZ consegue dar uma carga completa em apenas 4 horas, enquanto as marcas concorrentes ainda levam praticamente o dobro do tempo para o reabastecimento completo de energia.
Carregar a sua bike com mais velocidade foi um grande feito, mas é preciso sair do espectro da tecnologia e lembrar quais são os cuidados que temos que ter com as nossas baterias, desde o primeiro dia de uso, com o intuito de preservar a sua vida útil.
Não cuidar da sua bateria corretamente pode fazê-la “viciar”. Deixo entre aspas, por que esse termo já é antigo e remete à um mito que não existe mais - ou talvez nunca tenha existido. Polêmicas a parte.
Cuidar da sua bateria garante que ela dure mais tempo, assim como prevê possíveis acidentes. Vamos lá:
1 – Carregando corretamente
Vamos passar à limpo a maior dúvida de quem tem eletrônicos e precisa carregá-los frequentemente, todos os dias ou algumas vezes na semana.
Não, as baterias não se “viciam” mais. Este termo era frequentemente utilizado para alertar aos donos dos equipamentos de que eles somente deveriam recarregar suas baterias quando elas estivessem com a carga baixa, para evitar que elas ficassem “acostumadas” com serem recarregadas a todo instante, o que supostamente às levaria a ter uma demanda cada vez maior e mais frequente por recarga a todo instante. Isso era o tal “vício” que a bateria adquiria.
Assim, era comum ver o pessoal esperando o telefone desligar para iniciar uma nova carga.
Pode ser que isso tenha sido verdade nos tempos antigos, onde se usavam outro tipo de células de bateria. Hoje, com as baterías de íon-lítio isso não existe mais.
Na verdade, nos dias atuais a recomendação é oposta: você deve evitar que a sua bateria atinja níveis críticos. Em outras palavras, não é legal usar a reserva.
Um tanque de gasolina na reserva também não é saudável: a bomba de gasolina vai ter dificuldades para bombear o pouco combustível que ainda está ali. Também é possível que aconteça um superaquecimento do sistema. Se a gasolina acabar, seu carro vai ter dificuldades para ligar mesmo depois que você abastecer, pois a linha de combustível pode secar. É claro que os carros mais atuais já têm sistemas para evitar essas mancadas humanas, mas entenderam que não é legal trabalhar no limite?
Pensem na bateria de sua e-bike como um tanque de combustível ou caixa d’água. Não é legal trabalhar zerada ou próximo disso.
É óbvio que você não vai voltar pra casa caminhando sempre que a sua bateria atingir 20%. Se necessário, pedale até a bateria acabar, mas evite fazer isso sempre, pois isso reduz a vida útil de qualquer bateria.
E quando isso acontecer, carregue a sua bike o mais rápido possível.
Chegou em casa? Carregue ela até os 50%.
Por que não carregar tudo?
Acontece que nenhum dos extremos são saudáveis. 100% de energia deixa as células infladas e estufadas, reduzindo a sua vida útil também.
Talvez estes não sejam os termos técnicos corretos, mas a recomendação serve para todos os dispositivos eletrônicos.
É por este motivo que carregar o telefone à noite não é muito saudável para a bateria dele. A carga rápida vai deixá-lo com 100% em poucos minutos, e aí o aparelho vai ficar totalmente cheio por mais 7 horas, até você acordar e desconectá-lo da tomada.
Quem passa o dia trabalhando com o carregador conectado ao telefone, sempre o mantendo no 100% também está diminuindo a vida útil da bateria.
Já fazem alguns anos que os telefones celulares possuem uma função que, durante a noite, carrega somente até 85%. Quando ele vê que faltam uns 30 minutos pra você acordar, com base no que ele conhece da sua rotina, aí então ele carrega o resto.
Vale a pena a gente fazer isso com a nossa bike também. Chegou do pedal? Espere a bateria esfriar por alguns minutos e coloque na carga até ela atingir entre 30 a 80%.
Isso é importante principalmente se você não pedala todos os dias. Deixe para carregar o restante da bateria no dia que for pedalar de fato, ou logo na noite anterior.
Em resumo: Evite deixar a sua bateria totalmente cheia ou totalmente vazia por longos períodos. Evite dar carga enquanto ela ainda está quente.
2 – As temperaturas
Quem anda de bike elétrica já sabe que pilotar em dias muito frios ou muito quentes altera a performance do equipamento.
Talvez você pense que a sua bateria está estragada, mas fique tranquilo, ela vai voltar a funcionar normalmente quando você voltar a pedalar em um local com a temperatura normal.
Em dias muito frios ou muito quentes a bateria dura bem menos. Em algumas situações ela chega a entregar menos força na pedalada.
Isso nos leva a entender que não é legal guardar a sua bike em um local descoberto com o sol rachando em cima dela o dia inteiro, concordam?
Então, sempre que você der alguma pausa no seu pedal, seja para trocar as garrafinhas de água ou arrumar um pneu furado, priorize deixá-la descansando na sombra. Dissipar a temperatura que estava ali é valioso para o equipamento.
3 – Da procedência
Não compre bicicletas elétricas que são montadas com componentes que não especificam a marca de suas baterias ou motores. Isso pode ser perigoso.
Existe uma estatística de um significativo aumento de incêndios na cidade de Nova Iorque após a criação das e-bikes, scooters e patinetes elétricos. Em 2022 foram mais de 300 incêndios causados por oficinas mecânicas irregulares ou baterias de procedência desconhecida.
Shimano, Samsung, BMZ, TQ e Powertube são alguns nomes confiáveis que atuam no mercado de bicicletas elétricas e você pode comprar sem medo, seguindo as recomendações dos fabricantes.
4 – Chipagem
Muitas dúvidas e mitos pairam sobre a tal chipagem de bikes elétricas. Desbloquear a velocidade limite que veio de fábrica pode ser muito perigoso e desnecessário.
Aqueles 25 km/h já são defasados – tanto a legislação quanto os fabricantes de motores e baterias já se pronunciaram favoráveis à adoção de 32 km/h como limite máximo de velocidade com auxílio do motor.
A Shimano soltou uma lista de motores que foram comercializados como 25 km/h e que podem ser desbloqueados para 32 sem nenhum prejuízo ou dano ao equipamento, mantendo a garantia. A atualização pode ser feita por uma oficina mecânica autorizada Shimano.
Nos dias atuais, tentar desbloquear a sua e-bike sem o aval do fabricante pode acarretar em perda da garantia do seu motor e bateria. Além do que, pode danificar o seu equipamento.
E a maioria dos pilotos de e-bike não possuem interesse em pilotar uma bike com auxílio além dos 32 km/h. Nesta velocidade, entende-se que você está em uma descida, com pilotagem técnica e sem girar os pedivelas.
Subir ou pedalar em planos nessa velocidade seria um gasto excessivo e desnecessário de bateria – lembrando que as competições não permitem que o equipamento esteja configurado acima disso. Muitas provas ainda utilizam o 25 km/h como referência.
Assim, esperamos que você aproveite o seu equipamento ao máximo, com segurança e longevidade.
Bons pedais a todos!
comprei uma Sense Impulse e-trail Evo 2023 por quase 40mil, chega ser impressionante a falta de qualidade da marca, que só percebemos com o uso.
Agora Sense nos oriente, como saber o momento que atingiu 80% de carga e tirar da tomada?
comprei uma Sense Impulse e-trail Evo 2023 por quase 40mil, chega ser impressionante a falta de qualidade da marca, que só percebemos com o uso.
Agora Sense nos oriente, como saber o momento que atingiu 80% de carga e tirar da tomada?
Comprei uma Exalt Trail Al Evo , lançamento da Sense este ano a dois meses, a bike está com 140 km e com problema na pintura , uma decepção .
Helio, quero ver quando precisares de assistência para essa sua bateria/motor xing ling utilizados na Oggi 8.2… Já te perguntou pq nos modelos superiores da Oggi são utilizados motores e baterias Shimano ?
Eu gostei. Tenho uma há dez anos, e só agora precisei trocara bateria.